Senhora do destino?

Autores

  • Marlucia Mendes da Rocha Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC
  • Renata Gomes

Palavras-chave:

Gênero. Telenovela. Rede Globo. Direitos

Resumo

Este artigo versa sobre representações de gênero na telenovela Senhora do destino (2004), de Agnaldo Silva. Foram utilizados aportes teóricos da Semiótica da Cultura (LOTMAN, 1996), Teoria da Mestiçagem (LAPLANTINE; NOUSS, 2016) e Estudos de Gênero (BEAUVOIR, 1970) e (BUTLER, 2003). Entende-se que a obra representa pontos de vista da Rede Globo, apoiadora de grupos conservadores e misóginos, responsáveis pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff em oposição às conquistas sociais e de gênero propiciadas pelo PT (Partido dos Trabalhadores) nos 14 anos sob o comando do Brasil. Esse estudo contribuiu para desvendar amarras simbólicas da sociedade brasileira, como a influência midiática na construção do imaginário social de gênero, culminando no afastamento dessa presidenta. Além disso, demonstrou a importância da politização das artes discursivas para romper com a difícil tarefa das mulheres em assenhorarem-se dos seus destinos e para contribuir com a sobrevivência física e social de grupos subalternizados.

Biografia do Autor

Renata Gomes

Psicóloga graduada pela UFMG, licenciada em Letras pela UESC, mestre em Linguagens e Representações pela UESC.

Referências

Referências

ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Lisboa: Editorial Presença/Martins Fontes, 1980.

BADINTER, Elizabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão europeia, 1970.

BIROLI, Flávia, Uma mulher foi deposta: sexismo, misoginia e violência política. In: RUBIN, L. e ARGOLO, F. (org.). O golpe na perspectiva de gênero, Salvador, Edufba, 2018.

BRITTOS, V. C.; BOLAÑO, C. R. S., Apresentação. In: ______. (org.). Rede globo: 40 anos de poder e hegemonia, São Paulo, Paulus, 2005.

BUTLER, J. Problemas de Gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

CALZA, Rose. O que é telenovela. São Paulo: Brasiliense, 1996.

CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense, 2004.

GOMES, Nilma Lino, Golpe disfarçado de impeachment: uma articulação escusa contra as mulheres. In: RUBIN, L. e ARGOLO, F. (org.). O golpe na perspectiva de gênero, Salvador, Edufba, 2018.

LAPLANTINE, François; NOUSS, Alexis. A mestiçagem. Lisboa: Instituto Piaget, 2016.

LOTMAN, Iuri M. La semiosfera I: Semiótica de la cultura y del texto. Madrid: Cátedra, 1996.

MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2011.

ROCHA, Marlúcia Mendes. Telenovelas Brasileiras e Portuguesas: padrões de audiência e consumo. Revista Galáxia Online, n. 31, p. 209-211, 2009. Acesso em: 28 nov. 2017.

RUBIN, L.; ARGOLO, F., “Precisamos falar de gênero”. In: RUBIN, L. e ARGOLO, F. (org.). O golpe na perspectiva de gênero, Salvador, Edufba, 2018.

SANTOS, S.; CAPARELLI, S, Coronelismo, radiodifusão e voto: a nova face de um velho conceito. In: BRITTOS, V. C.; BOLAÑO, C. R. S. (org.). Rede globo: 40 anos de poder e hegemonia, São Paulo, Paulus, 2005.

VALCÁRCEL, Amelia. La política de las mujeres. Madrid: Ediciones Cátedra, 2012.

Downloads

Publicado

2020-06-16

Edição

Seção

Artigos