Polígamos e antropófagos
José de Anchieta e a invenção do pecado
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13684497Palavras-chave:
Teatro jesuítico, Valores culturais, Formação brasileira, Ideias políticasResumo
Considerado o primeiro intelectual militante no Brasil Colonial, o padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597) foi missionário, poeta e dramaturgo, tendo produzido 12 peças entre as quais destacamos, para análise, o Auto de são Lourenço (1587). Seus textos teatrais ligam-se à tradição vicentina e exibem propósitos didáticos pelos quais o autor buscava conduzir os indígenas ao cristianismo, para isso condenando hábitos culturais como a poligamia e a antropofagia. Procuramos compreender a influência de Anchieta na formação brasileira. Um cotejo de sua visão do mundo com a de alguns de seus contemporâneos aparece ao final deste artigo.
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