A AFROCENTRICIDADE E O REALINHAMENTO DO POVO AFRICANO EM DIÁSPORA BRASILEIRA
Resumo
A escravização não é a história africana, mas sim um fenômeno que interrompeu a história africana e impactou a forma como o indivíduo africano se percebe e olha o mundo a sua volta, agora descarrilado de seu eixo civilizatório e deslocado para o eixo civilizatório europeu (NOBLES, 2009). Percebe-se que esse descolamento coloca o africano em desagência em relação a sua própria cultura. (ASANTE, 2009) Neste artigo, objetiva-se refletir de que forma a Afrocentricidade enquanto teoria, prática e perspectiva política, pensada e sistematizada pelo filósofo e professor afro-americano Molefi Kete Asante, pode apontar caminhos para o realinhamento do africano na diáspora brasileira ao seu eixo civilizatório, contribuindo para uma nova perspectiva da construção de um olhar africano sobre o mundo. Nessa perspectiva, além de Asante, dialoga-se também com as produções de autores africanos e afro-diaspóricos como Ama Mazama, Wade Nobles, Marimba Ani, Tidiane N ?Diaye, Aza Njeri, entre outros. Também utiliza-se como fonte de dados para construir o panorama da diáspora brasileira o site da organização Slave Voyages que reúne um Banco de Dados do Tráfego Escravo Transatlântico a partir de fontes de bibliotecas e arquivos de vários lugares do Atlântico, produto de pesquisas independentes e colaborativas.