Adereços adequados

objetos em circulação O zoológico de vidro e Um bonde chamado Desejo

Authors

  • Alessandro Clericuzio UNIPG - Università degli Studi di Perugia
  • Giselle Alves Freire (tradução) USP - Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.14030585

Keywords:

Bagagem, Roupas, Gênero, Erotismo, Consumismo, Memória

Abstract

Este artigo, fundamentado em recentes estudos teatrais que teorizam sobre o papel dos adereços de cena, analisa a função que esses objetos desempenham nas peças O zoológico de vidro e Um bonde chamado Desejo, de Tennessee Williams. Ao reexaminar essas obras através da representação de elementos como roupas, bagagens, cartas e garrafas, é possível obter uma compreensão mais aprofundada acerca das questões significativas inseridas na dinâmica simbólica das duas peças. Uma visão diacrônica e sincrônica dos adereços significativos e recorrentes presentes nessas peças demonstra como certos objetos circulam em uma paisagem cultural onde gênero e sexualidade dominam o discurso dramático da época. O teatro de Williams, portanto, revela uma preocupação com uma noção redutiva de objetificação que diminui e menospreza os seres humanos em geral, e as mulheres em particular. Ao lançar uma crítica sutil à sociedade materialista e consumista dos Estados Unidos na década de 1940, essas peças conferem aos adereços o poder de evidenciar desigualdades de gênero e políticas sexuais hegemônicas.

Author Biographies

  • Alessandro Clericuzio, UNIPG - Università degli Studi di Perugia

    Professor associado de literatura americana na Universidade de Perugia, Itália. Tem escrito amplamente nas áreas de estudos culturais e queer, tendo publicado livros e artigos sobre teatro e poesia do século XX. Publicou os resultados de suas pesquisas em estudos cinematográficos, seriados de TV e em ficções sul-–americanas. Além de assinar a autoria do livro Tennessee Williams and Italy. A transcultural perspective [Tennessee Williams e Itália uma perspectiva transcultural] (Palgrave, 2016).

  • Giselle Alves Freire (tradução), USP - Universidade de São Paulo

    Giselle Alves Freire (Gisele Freire) é atriz, tradutora e professora de inglês. É mestre em estudos da tradução com foco em tradução teatral pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

References

BIGSBY, Christopher W. E. Entering The glass menagerie. In: ROUDANÉ, Matthew C. (Ed.), The Cambridge companion to Tennessee Williams. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. p. 29-44.

BIGSBY, Christopher W. E. Modern American drama. 1945-1990. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

CARLSON, Marvin. The haunted stage. The theatre as memory machine. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2001.

COLTON, John; RANDOLPH, Clemence. Rain. New York: Samuel French, 1948.

DAVIS, Walter A. Get the guests. Psychoanalysis, modern American drama, and the audience. Madison: The University of Wisconsin Press, 1994.

DEBUSSCHER, Gilbert. Creative rewriting: European and American influences on the dramas of Tennessee Williams. In: ROUDANÉ, Matthew C. (Ed.), The Cambridge companion to Tennessee Williams. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. p. 167-188.

Duncan, Sophie. Shakespeare’s props: memory and cognition. London: Routledge, 2019.

GHASEMI, Parvin. Signs and stage props in Tennessee Williams’s Camino Real. K@ta, v. 13, n. 2, p. 202-220, December 2011.

GONTARSKI, Stanley E. Tennessee Williams, t-shirt modernism and the refashionings of theater. London and New York: Anthem, 2021.

HARLAN, Susan. Luggage. London: Bloomsbury, 2018.

HARRIS, Jonathan Gil; KORDA, Natasha, Introduction: toward a materialist account of stage properties. In: HARRIS, Jonathan Gil; KORDA, Natasha (Ed.). Stage properties in early modern English drama. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. p. 1-31.

KOLIN, Philip C. ‘It’s only a paper moon‘: the paper ontologies in Tennessee Williams’s A streetcar named Desire. Modern Drama, v. 40, n. 4, p. 454-467, 1997.

KOLIN, Philip C. Cleopatra of the Nile and Blanche DuBois of the French Quarter. Anthony and Cleopatra and A Streeetcar Named Desire. Shakespeare Bulletin, v. 11, n. 1, p. 25-27, 1993.

MARGOLIES, Eleanor. Props. New York and London: Palgrave, 2016.

MILLER, Arthur. Death of a salesman. New York and London: Penguin, 1961.

MITCHELL, Margaret. Gone with the wind. New York: MacMillan, 1936.

MURPHY, Brenda. Tennessee Williams and Elia Kazan. A collaboration in the theatre. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

O’NEILL, Eugene. Anna Christie. Mineola: Dover, 1998.

SIEVERS, David D. Freud on Broadway. A history of psychoanalysis and the American drama. New York: Hermitage, 1955.

SOFER, Andrew. The stage life of props. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2003.

VLASOPOULOS, Anca. Authorizing history. Victimization in A streetcar named Desire. In: SCHLUETER June (Ed.). Feminist rereadings of modern American drama. London and Toronto: Associated University Presses, 1989. p. 149-170. (First published in Theatre Journal, v. 38, n. 3, 1986).

WAINSCOTT, Ronald. When actors were still players. In: GEWIRTZ, Arthur; KOLB, James (Ed.). Art, glitter and glitz. Mainstream playwrights and popular theatre in 1920s America. Westport: Praeger, 2004. p. 137-146.

WILLIAMS, Tennessee. Memoirs. New York: New Directions, 1975.

WILLIAMS, Tennessee. A streetcar named Desire. In: WILLIAMS, Tennessee. The theatre of Tennessee Williams, vol. 1. New York: New Directions, 1971a. p. 239-419.

WILLIAMS, Tennessee. The glass menagerie. In: WILLIAMS, Tennessee. The theatre of Tennessee Williams, vol. 1. New York: New Directions, 1971b. p. 123-237.

Published

2024-11-03