Modernização para poucos, atraso para muitos
as considerações de um mendigo sobre o sistema capitalista na obra Deus lhe Pague, de Joracy Camargo
Palabras clave:
Teatro Brasileiro, Teatro Social, Era Vargas, Joracy CamargoResumen
Este artigo tem por objetivo analisar as críticas ao sistema capitalista na peça cômica Deus lhe Pague (1932), escrita por Joracy Camargo e apresentada pela primeira vez no teatro Boa-Vista, em São Paulo. Para tanto, utilizaremos como suporte teórico as obras A Política dos Palcos: teatro no Primeiro Governo Vargas (1930 – 1945) (2013), de Angélica Ricci Camargo, Literatura e Resistência (2002), de Alfredo Bosi, História do Teatro Brasileiro (2012), de João Roberto Faria (dir.), entre outros. Após um golpe de estado, Getúlio Vargas assume a presidência do Brasil em 1930, cerceando progressivamente a liberdade de expressão ao longo dos quinze anos de governo. Todavia, no teatro, a peça Deus lhe Pague inova o cenário dramático ao apresentar como protagonista um mendigo vítima e crítico do sistema capitalista. Portanto, vale observar as estratégias utilizadas pelo texto para macular o capitalismo ao passo que promove o ideário marxista.
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