As ilusões perdidas da modernização

breve leitura de Dois perdidos numa noite suja, de Plínio Marcos

Autores/as

  • Roberto F. do Nascimento Jr. Universidade de São Paulo

Palabras clave:

dramaturgia, sexualidade, alteridade, utopia

Resumen

Neste artigo, empenhamo-nos em uma breve leitura de Dois perdidos numa noite suja, peça em dois atos de Plínio Marcos, escrita e encenada pela primeira vez em 1966. Apostamos estar cifrado neste cenário intimista e individualista de um quarto com dois hóspedes “perdidos” as frustrações e as ilusões perdidas de uma modernização conservadora. Nosso estudo terá três focos principais: 1) a “camaradagem violenta”, vislumbrada através de diálogos curtos e incisivos, que estabelece uma hierarquia vertiginosa e frágil entre as personagens; 2) a intersubjetividade marcada pelas chacotas e desafios chauvinistas, todas com foco na sexualidade do outro, criando uma dinâmica entre “ser” e “parecer”; e 3) os desejos frustrados concentrados não só nas falas, mas também, por meio da economia da peça, nos objetos de cena, como os sapatos, a gaita, a flauta e a arma.

 

 

Referencias

MARCOS, Plínio. Dois perdidos numa noite suja. In: MAGALDI, Sábato (Org.) Melhor teatro. São Paulo: Global, 2012, p. 35-63.

MARCOS, Plínio. [Entrevista concedida a] Antônio Carlos Ferreira, Cacá Rosset, Ninho Moraes, Sérgio Lhamas, Paula Dip, Kleber de Almeida, Luiz Fernando Ramos, Marcos Kaloy, Antonia Chagas. Roda Viva. São Paulo: TV Cultura, 15 de fevereiro de 1988. Programa de TV.

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Publicado

2022-05-04

Número

Sección

Artigos