Madalena arrependida

Autores

  • Alberto Centurião Carvalho Centro de Cultura Social de São Paulo

Palavras-chave:

Peça curta

Resumo

Escrita em 1993, esta peça permanece inédita enquanto dezenas de outros textos meus foram encenados. O fato não me surpreende, pois, em sua maioria, minhas peças foram concebidas e desenvolvidas para projetos de produção predefinidos, o que as caracteriza menos como trabalhos de criação e mais como aplicações de linguagem.

O fato de nunca ter sido levada à cena talvez se deva ao seu estilo démodé, fora do contexto atual, intencionalmente anacrônico, que, pelo enredo, reporta aos melodramas folhetinescos característicos do repertório dos circos-teatro brasileiros da primeira metade do século XX e, pelos diálogos em versos metrificados e rimados – cuja métrica varia para se ajustar ao clima dramático de cada cena – a escolas mais antigas, talvez aos autos sacramentais da época de Gil Vicente e Calderón de la Barca.

Madalena Arrependida é um exercício de linguagem feito após um período de estudos dos melodramas circenses, tardiamente inspirados em formulações mais antigas. Minha proposta foi explorar os estereótipos para, pelo exagero, alcançar novos significados. Nesse contexto, o uso de formas arcaicas de linguagem é intencional, com o objetivo de imprimir maior autenticidade e colorido ao texto.

Gosto de situá-la num espaço intermediário entre dramaturgia e poesia, uma forma de teatro para ser lido, como costumavam fazer os autores ingleses nos idos de 1800 e 1900. Espero que, terminada a leitura, o leitor concorde comigo.

Também gosto de imaginar Madalena Arrependida numa versão musical totalmente cantada, com impostação operística, uma vez que a ópera é o melodrama em sua mais completa e radical expressão.

Referências

Texto teatral, dispensa referências.

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Publicado

2021-07-17

Edição

Seção

Peças curtas