IMPASSES E DESAFIOS NA CONDUÇÃO DE PESQUISAS FENOMENOLÓGICAS SOBRE DISTANCIAMENTO SOCIAL, ENSINO REMOTO EMERGENCIAL E SAÚDE MENTAL EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS NORDESTINAS
Palavras-chave:
Ensino Superior, Ensino Remoto Emergencial, Pandemia, COVID-19, Pesquisa FenomenológicaResumo
A crise sanitária provocada pela pandemia da COVID-19 e o consequente distanciamento social levaram ao fechamento de universidades públicas, estratégia adotada para impedir a transmissibilidade do vírus. Para garantir a continuidade dos períodos letivos, essas instituições implantaram o Ensino Remoto Emergencial (ERE), que invadiu o cotidiano da comunidade universitária, onde docentes e discentes tiveram que se adaptar a novos processos de ensino-aprendizagem, enfrentando mais agravos à sua saúde mental. Buscando compreender experiências desses sujeitos diante do distanciamento social e do ERE em universidades públicas do Nordeste brasileiro, uma equipe de pesquisa composta por uma docente e bolsistas de iniciação científica vem conduzindo estudos fenomenológicos desde 2020. Portanto, no presente relato de experiência, buscam-se narrar impasses e desafios enfrentados na condução desses estudos, visando-se ser fonte de educação, ensino e capacitação para pesquisadores fenomenológicos. Situando-se a experiência como fenômeno científico em um tempo, espaço e lugar, valoriza-se a descrição, interpretação e compreensão intersubjetiva deste fenômeno, tendo-se a oportunidade de relacionar conhecimentos teóricos sobre as temáticas investigadas e o método utilizado. Assim, descrevem-se impasses e desafios que reverberaram no fazer ético, no tempo de condução das pesquisas e na saúde mental dos membros da equipe, quais sejam: entraves frente a exigências de comitê de ética; dificuldades para alcançar o número de sujeitos pretendidos; desafios no uso da entrevista remota; conflitos quanto ao papel de pesquisador fenomenológico; efetivação dos passos de análise; e sentidos vividos semelhantes aos(às) colaboradores(as) durante o distanciamento social e o ERE. Conclui-se, principalmente, que o diálogo em uma equipe de pesquisa fenomenológica, amparado por uma orientação que prime pelo cuidado à saúde mental de seus membros, é essencial para a produção de conhecimento sobre o fazer investigação fenomenológica em Psicologia, cujo cenário seja uma realidade social em crise na qual pesquisadores e sujeitos de pesquisa estão envolvidos.
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