DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A ALFABETIZAÇÃO, O LETRAMENTO E A INCLUSÃO DE ALUNOS EM SITUAÇÃO DE EXCLUSÃO SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.11959316Palavras-chave:
Educação inclusiva, Subjetivação, Alfabetização, Letramento, Exclusão socialResumo
Investigamos desafios e perspectivas para a educação inclusiva de alunos jovens/pré-adolescentes, leitores iniciantes e em situação de exclusão social. Nesta pesquisa sócio-histórica os dados foram produzidos através de questionários, entrevistas psicossociais e observações participantes. Estas observações focalizaram a prática letrada de leitura compartilhada de histórias, ocasião em que os alunos eram avaliados quanto à apropriação da leitura e da escrita. Foi utilizada a análise microgenética fundamentada nas concepções de exclusão social/escolar como construção social, sócio-histórica de aprendizagem e dialógica de alfabetização/letramento. A análise considerou os processos de subjetivação, alfabetização e letramento dos jovens, com foco no olhar discente sobre a escola, seus sujeitos e saberes. Os resultados elucidam os desafios das condições escolares para alfabetização e letramento e as perspectivas educacionais para a educação inclusiva. No que tange aos desafios, a despeito de os sujeitos estarem em estágios relativamente avançados de aquisição da leitura e da escrita, não obstante, eles não se reconhecem como leitores alfabetizados, aspecto possivelmente decorrente da violência simbólica operada a partir das condições sociais de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita na escola pública. Contribuem para tal resultado a precarização das condições do trabalho docente e as concepções de alfabetização como sistema de códigos, de letramento autônomo e de exclusão social/escolar como privação cultural. Quanto às perspectivas educacionais para a educação inclusiva, é possível sugerir ações visando à melhoria da: subjetivação; da metacognição e do letramento escolar; e do pertencimento e afirmação social nas relações extra e intra-escolares destes jovens. O estudo conclui que estes sujeitos experimentam violentos e excludentes processos escolares, em termos de desafiliação às interações sociais, negação dos bens simbólicos e hostilidade social, justamente numa instituição, que supostamente seria defensora do direito subjetivo à democratização de saberes, o que contraria os preceitos do estado democrático de direito em nossas políticas educacionais.
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