LITERATURA MENOR E INSURGÊNCIA

O RAP COMO FERRAMENTA MICROPOLÍTICA

Résumé

O artigo analisa o rap como um estilo artístico potente que move corpos a resistência e a subversão das normas dominantes. O texto argumenta que o rap, oriundo das classes populares e frequentemente desconsiderado como arte, se alinha com a noção de literatura menor proposta por Gilles Deleuze e Félix Guattari. Essa teorização considera a literatura menor como um uso subversivo de uma língua maior. Neste aspecto, o rap seria capaz de desterritorializar a língua e provocar uma reação política e social. O artigo aborda três principais características do rap como literatura menor: a desterritorialização da língua, o caráter político das suas letras e a enunciação coletiva. O rap utiliza uma linguagem não convencional para desafiar e criticar as normas culturais e sociais, sendo um modo de resistência e expressão política que se opõe à opressão e desigualdade. A prática do rap não só desafia as forças dominantes, mas também promove um senso de comunidade e resistência coletiva, ampliando a expressão política para além dos modos tradicionais. Em meio a um cenário de injustiça e desigualdade, o rap emerge como uma forma de rebeldia e reivindicação. Ele reflete a necessidade de mudança e a resistência contra o sistema opressor, funcionando como uma narrativa insurgente.