A experiência épico-realista na peça Os Azeredo mais os Benevides, de Oduvaldo Vianna Filho

Autores/as

  • Luiz Paixão Lima Borges UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.14540909

Palabras clave:

Bertolt Brecht;, Consciência e alienação;, Critica marxista, Materialismo dialético, Dramaturgia brasileira

Resumen

A análise do processo de rompimento com a estética realista é decisiva para a compreensão do momento de consciência política vivido por Oduvaldo Vianna Filho – Vianinha, que não deve ser entendido como apenas uma opção a ser explicada por uma necessidade de experimentação. Suas críticas ao realismo são resultados de uma constante e profunda reflexão sobre a função social da arte e do artista. Um projeto estético-ideológico claramente definido e coerente, que se sustenta no confronto entre o homem e as forças sociais, emprestando a seus personagens a complexidade necessária para se apresentarem como homens concretos em situações concretas. O presente trabalho pretende realizar uma análise da peça Os Azeredo mais os Benevides, sua primeira experiência mais profunda com os fundamentos teóricos propostos por Bertolt Brecht, e que marcaram fundamentalmente sua dramaturgia.

Biografía del autor/a

  • Luiz Paixão Lima Borges, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

    Dramaturgo e Encenador teatral, Doutor em Literatura Brasileira pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estudioso da obra de Oduvaldo Vianna Filho, dedicou sua Monografia de Bacharelado, Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado à análise estético-dramatúrgica de Vianninha. Com quase meio século de atuação ininterrupta no teatro, seu atual espetáculo, Capitão Fracasso, tem merecido o reconhecimento em festivais internacionais de teatro, em diversos países da América Latina (Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México e Peru). Tem como principal objeto de estudos o realismo épico e dialético de Bertolt Brecht, sobre o qual já publicou diversos artigos, no Brasil e na Espanha, além de dedicar sua tese de doutorado às influências do pensamento brechtiano na dramaturgia brasileira. Escreveu o livro, ainda inédito, O ator em Brecht: caminhos para o distanciamento épico, realista e dialético. É autor do livro Delcir da Costa: rabiscos de vida (apontamentos de um psiquiatra apaixonado por arte) (Fino Traço, 2022). Atualmente, está em processo de montagem do espetáculo Macbeth, de William Shakespeare.

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Publicado

2024-12-28